terça-feira, 27 de abril de 2010

Caminhar na esperança


“O que se torna indispensável, nesta hora, sobretudo para os católicos portugueses, é abrir o coração, escancarar o espírito e reanimar a disponibilidade de alma, para aceitar com respeito e devotamento a mensagem que Bento XVI nos vem entregar, a fim de prosseguirmos na esperança de dias melhores”.
Aproxima-se, na rapidez do tempo, a chegada do Santo Padre Bento XVI à nossa Pátria. Torna-se, por isso, urgente e necessário fixarmos os objectivos desta visita não apenas para conhecermos a sua tónica geral mas ainda para nos colocarmos em expectativa e disponibilidade interior, a fim de melhor recebermos a sua mensagem e suas directrizes.
Como sucessor de Pedro, o apóstolo escolhido para apascentar a totalidade do rebanho de Jesus, o Papa, fundamento sólido e inquebrantável da fé cristã, consolidará os seus irmãos na verdade e no amor, a fazer medrar, por entre as vicissitudes e problemas do tempo que nos cabe viver. Foi este mandato transmitido ao primeiro chefe da Igreja, nos dias trágicos da Paixão: “Eu rezei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos”.
Numa época de relativismo, de incerteza e flutuação da verdade nas normas da moralidade e da vida, será um bem para os católicos portugueses assentar as suas convicções religiosas sobre a sabedoria do cristianismo que atravessou íntegra e incólume os séculos.
Em resposta à crise de fé que abala o mundo e às dúvidas de certos sectores da Igreja, Sua Santidade dirá a todo o povo de Deus a Palavra santa, apontando o único rumo da verdade para cada um seguir o caminho recto. Certamente nas celebrações eucarísticas de Lisboa, Fátima e Porto, irá cumprir o seu múnus de mensageiro do Evangelho, não apenas numa contemplação e aprofundamento dos mistérios divinos mas sobretudo demarcando directivas em ordem à vida actual dos fiéis.
Todos sabemos quanto é vexado, por suas convicções seguras e ensinamentos precisos sempre afirmados como uma persuasão límpida sem titubeios, como se a verdade houvesse de andar ao sopro dos ventos ou na direcção das correntes mundanais. Mas o Papa, como embaixador de Cristo, não pode deixar de ser fiel ao Evangelho do Senhor cuja doutrina haverá de repetir até ao fim dos tempos, mesmo a desagradar aos homens. Virá até a nós, com a força do Espírito da firmeza e sinceridade, sem procurar agradar aos homens nem muito menos obedecer-lhes pois é seu dever acatar antes a Deus.
Para o mundo da cultura, que sabe tão afastado das doutrinas da Igreja, apresentará a ideia proclamada, desde a preparação do conclave que o elegeu, de que é necessária uma fé adulta e que é próprio do homem inquirir e buscar, interrogando-se acerca de si mesmo e da realidade de quanto o rodeia, sem se enclausurar no seu pensamento ou no seu gosto, mas alargando-se e abrindo-se às dimensões dos outros,, num diálogo aberto e sincero.
Diante da crise económica tornada mundial, não deixará, ao falar a um público vertido sobre a realidade das questões sociais, de apontar os caminhos da justiça e equidade, da moderação em ordem à partilha, a fim de se construir a autêntica fraternidade humana transbordante de alegria e amor, e, deste modo, se fundamentar, mais e melhor, a paz, no alicerce do recíproco entendimento e da preocupação cuidadosa de uns pelos outros.
A palavra mais acurada e perfeita terá naturalmente de ser dirigida aos pastores, guardas do rebanho de Cristo, incentivando-os como já fazia o primeiro Papa: “Aos presbíteros que estão entre vós, eu, presbítero com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, participante também da glória que se há-de revelar, vos exorto: apascentai o rebanho de Deus que vos é confiado, velando por ele, não por coacção, mas de bom grado, como Deus quer, não por cobiça, mas por dedicação, não como dominadores dos que vos couberam em sorte, mas como modelos do rebanho”.
Sabendo que a fé em Jesus não exclui o homem da realidade que o circunda, o mundo das coisas embora efémeras, o Pontífice não deixará de olhar para a realidade da nossa Pátria e da nossa cultura, a fim de nortear caminhos de futuro e nos propor, como pai interessado pelos filhos, itinerários de concórdia, ordem, harmonia, moderação e serenidade
O que se torna indispensável, nesta hora, sobretudo para os católicos portugueses, é abrir o coração, escancarar o espírito e reanimar a disponibilidade de alma, para aceitar com respeito e devotamento a mensagem que Bento XVI nos vem entregar, a fim de prosseguirmos na esperança de dias melhores.
Dias de graça e de bênção serão os tempos em que o Pai comum da cristandade estiver entre nós, com o carisma eclesial e humano a ele concedido para cuidar da grei do Senhor.
Por: Cunha Sério

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu acredito

Olá nós somos o grupo de catequese do 8º ano da cidade de Santarém,hoje aceitamos o desafio de uma catequese diferente, a partir de duas ou três palavras que tinhamos escrito num papel, partimos dois a dois pelas ruas da cidade,para construir frases que nos podessem ajudar,refectir e preparar no nosso coração o grande momento de fé que em breve vamos vivenciar, a visita do santo padre bento xvI, são estas frases simples que gostariamos de partilha-las.

Eu Acredito...

que Deus é nosso amigo e nos ama com um amor incondicional (Madalena)

na esperança, no amor, na fidelidade e em tudo o que Deus nos proporciona (João Andrade)

que ELE esta sempre ao meu lado(Mariana, Sofia, Patricia)

em Deus nos momentos dificeis (Pedro Duarte, Soraia)

Deus é Amor...

no meu coração... ele esta sempre la quando nós precisamos(Mariana, Sofia, Patricia)


Jesus chama por mim...

e eu vou em seu auxilio (Joana, Estela)

Só Deus Basta...

porque com Deus tudo se torna mais fácil, mas tenho ainda que me esforçar.A sua ajuda é preciosa pois ele nos quer ajudar ( Pedro Lima, simão coimbra)

domingo, 25 de abril de 2010

Ser +

Ser cristão é muito mais que pertencer a uma religião, ser cristão é acreditar que podemos ser mais, dar por inteiro e fazer a diferença.

A alegria de viver conquista-se nas pequenas coisas, com pequenos gestos, saber que existe alguém sempre presente, Deus, dá-nos uma confortável sensação de segurança e vontade de avançar.

O verdadeiro cristão não é aquele que reza de cor, não é aquele que ouve sem escutar, o verdadeiro cristão é aquele que ama incondicionalmente, que acredita sem ver e que reza com o coração.

Por vezes procuramos um amigo, um conselho, respostas que ninguém nos consegue dar, sentimo-nos desconfortáveis. No entanto, quer em silêncio, quer com barulho, quer em oração, Deus está sempre presente, conhece-nos, ama-nos sem pedir nada em troca e, acima de tudo, perdoa-nos.

Um dia quero ser como Maria, quero dizer o meu sim, quero comprometer-me sem medos, quero alcançar a plenitude “e avançarei, avançarei no meu caminho, agora eu sei que tu comigo vens também, aonde fores aí estarei, sem medo avançarei”.

Eu sou mais um pedacinho de Deus, faço parte do imenso puzzle que preenche o mundo, mas não quero ser apenas mais uma peça, quero fazer a diferença, quero ter a humildade de aceitar os meus dons, quero corrigir os meus defeitos e crescer como cristã, porque eu quero ser mais!



Juliana 17anos A.C.R. Fradelos V.N. Famalicão

sábado, 24 de abril de 2010

A cor da fé

Ser cristão hoje me dia torna-se muito dificil devido à mentalidade criada pela nossa sociedade. Quero ser uma cristã diferente, com cor, com vida, com garra…
Não quero ser uma pessoa vazia, oca, com medo de tudo…
Deus tem me ensinado amar o irmão tal como Ele me ama, a servir o proximo sem medida, sem esperar nada em troca, aceitar cada alegria e cada tristeza do meu dia como graça…Que a minha diferença não esteja na forma como me visto, como falo, como ando, mas nas minhas acções em cada dia, que elas falem da alegria de ser filha deste Pai que nos ama e que nos ensina em cada dia a ver a Sua beleza e grandiosidade.
Quero que as pessoas sintam que sou cristã sem que seja necessário ter de o dizer, pois seria sinal de que a minha fé e as minhas acçoes não eram rosto de Cristo. A fé tem de nos levar acção, caso contrario não a estamos a viver como Ele nos ensinou “Ide e Evangelizei”. Deus não nos pede nada que não possamos fazer, Ele conhece mais que ninguem os nosso limites e as nossas fraquezes, sabe que somos capazes se o quisermos.
Um cristão tem de ser um homem e uma mulher orante, pois quem não reza, não faz silencio no seu interior para escutar aquilo que Ele tem para nos dizer, não é uma pessoa feliz nem tranquila. Enquanto no nosso interior estiver tudo num turbilhao, ainda que à nossa volta se faça silencio não seremos capazes de ir mais alem. Fazer silencio para mim, é tocar um pedaço de Deus, um pedaço de céu… no mais intimo do meu ser.
Tenhamos a audacia de Maria e digamos tal como Ela “ Faça-se em mim”.
Sinto uma enorme alegria em receber entre nós o nosso tão amado Papa Bento XVI, pois sinto que irei “tocar” um pedaço de céu…
A Igreja que somos todos nós, deve unir-se e exultar de alegria por esta grande graça.
É necessário abrir o nosso coraçao para acolher a sua mensagem, e coloca-la em pratica no nosso dia a dia.
Cá o esperamos de coraçao e alma.
Marta Rodrigues- 28anos A.C.R. Fradelos- V.N. Famalicão

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Prece para a Oração Universal

Para que a próxima peregrinação do Santo Padre a Fátima ajude a reavivar a fé, a animar a esperança, a dinamizar a caridade e a fortalecer a nossa comunhão, oremos ao Senhor. Por D. António Marto

sábado, 17 de abril de 2010

Acolhamos o Papa


D. Carlos Azevedo, apelou hoje a uma contínua participação, na vinda do Santo Padre a Portugal. Para o coordenador geral desta visita, o Santo Padre merece toda a atenção; oração e presença neste momento particular da História da Igreja. Ao mostrar o estandarte oficial no IIIº Encontro de Pastoral Litúrgica da Diocese da Guarda, disse também que a melhor preparação que todos devemos fazer é a interior no mais íntimo de nós memos.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

83ª Aniversário do Papa

O Papa celebra hoje 83 anos de vida.

Segundo, o Boletim Diário da Santa Sé, Sua Santidade celebra este dom a vida com uma normal jornada de trabalho, recebendo em audiência várias personalidades no dia em também se torna público o programa da visita papal a Turim.

Um aniversário Natalício cheio das melhores bênçãos de Deus.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bispo da Guarda destaca visita de Bento XVI a Portugal

Homilia na Vigília Pascal – 2010

Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia.
É este o cântico de alegria da Vigília Pascal e do Domingo de Pás¬coa, como também de todo o Tempo Pascal até ao Pentecostes.
Nele ressoa a mensagem surpreendente dos dois anjos vestidos em trages resplandecentes que dizem às mulheres: “Porque buscais entre os Aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou”.
A Vigília Pascal é a celebração mais importante de todo o nosso ano. Para ela nos preparámos ao logo dos 40 dias da Quaresma, por uma renovação mais intensa da nossa vida de baptizados; ela é, na verdade, uma autêntica explosão de luz, que vai iluminar a nossa vida não só durante o tempo pascal que agora se inicia e se prolonga até ao Pentecostes, mas também nas restantes partes do ano em que, so¬bre¬tudo a partir do domingo e da Eucaristia Dominical, pretende¬mos que toda a nossa vida seja iluminada e ganhe novo sentido pela luz da Ressurreição de Cristo.

Toda a Liturgia hoje nos convoca para mergulharmos nas raízes mais fundas da nossa história de Fé e da nossa identidade cristã. Assim, pela Palavra de Deus, hoje mais abundantemente proclama¬da e meditada, contemplamos a história do amor de Deus em diá¬logo com os homens desde a criação, passando pela aliança com Abraão, Moisés e os Profetas, até à Ressurreição de Cristo, que inaugura uma humanidade nova, na qual nós já entrámos pelo Baptismo.
O acontecimento do Êxodo é um das mais importantes marcos desta história de salvação, como o Baptismo constitui também o mais importante marco da história pessoal da nossa Fé. Nele, como lembra hoje S. Paulo aos Romanos, nós morremos para tudo o que é velho, isto é, para tudo o que nos afasta de Deus, da comu¬nhão com Ele e com os irmãos e ressuscitámos com Cristo para a vida nova de filhos de Deus. E é esse hoje o nosso estatuto. Estatuto que temos de todos os dias aplicar mais e melhor às nos¬sas decisões e comportamentos. Quando, dentro de momentos, renovarmos as promessas do nosso Baptismo, queremos refazer o propósito de acelerar e aprofundar a nossa identificação com Cris¬to, exigência do Baptismo que, um dia, recebemos. A Euca¬ristia com que terminaremos esta Vigília Pascal vai ser o momento cul¬minante do nosso encontro com Cristo Ressuscitado e da alegria que Ele em nós realiza.

Celebramos a Páscoa quando falta pouco mais de um mês para re-cebermos, em Portugal, a visita do Santo Padre Bento XVI. Ele vem, como já está divulgado, para nos ajudar a caminhar na espe¬rança, reforçando a nossa identidade cristã e também o mandato para a missão recebido do próprio Cristo. É isso que nos diz o lema escolhido para divulgar esta visita papal – “Contigo caminhamos na esperança: sabedoria e missão”.
Desejamos desde já iniciar a nossa preparação para este encontro de graça com Aquele que é o Pastor da Igreja Universal, a cabeça do Colégio Episcopal e o Vigário de Cristo na terra.
Ele vem convocar-nos para reavivarmos a nossa Fé, sobretudo atra¬vés do encontro mais forte e mais consciente com a Palavra de Deus. Vem para ajudar a dinamizar a nossa esperança e a revigorar a nossa caridade.
A nossa esperança cristã ficará mais fortalecida e dinamizada, na medida em que formos capazes de relançar a vida de Fé das nossas comunidades cristãs e também contribuirmos para abrir caminhos novos na superação das muitas dificuldades e crises que a nossa sociedade atravessa. Sentimos também que a nossa caridade, incluindo o que chamamos caridade organizada e que é responsabi¬li¬dade inadiável de cada comunidade cristã, precisa de ser relan¬çada. Precisamos de responder, com mais eficácia ainda, aos inú¬meros dramas da nossa sociedade, particularmente às novas formas de pobreza, que não cessam de se multiplicar. Para isso temos de cuidar as iniciativas de solidariedade e acção social que já existem e criar outras, quando necessário.
Estas são algumas das razões que nos levam a esperar da visita do Santo Padre novos incentivos para levarmos a cada uma das nossas comunidades de Fé a chama e o dinamismo da vida nova em Cristo Ressuscitado. Pela parte que nos toca, desejamos que ela nos ajude a elaborar um programa de acção pastoral aplicável a todas e cada uma das nossas comunidades de Fé; um programa por onde venha a passar o fortalecimento da vida nova em Cristo Ressuscitado, mas também a resposta de Fé às alterações culturais e civilizacionais em que hoje vivemos. Encontro com Cristo Ressuscitado através da sua Palavra e caminhos de resposta, com a luz da Fé, aos gran¬des problemas que hoje se colocam às pessoas que vivem em soci¬edade têm de ser as duas grandes linhas de força deste programa.
Cuidar os diferentes ministérios da vida das nossas comunidades cristãs terá de ser outra grande preocupação. E aqui sentimos haver caminho para optimizar ainda mais a colaboração entre os nossos sacerdotes, os nossos diáconos e outros ministérios que, graças a Deus, em elevado número já temos espalhados pelas diferentes comunidades da nossa Diocese. Mas sentimos que temos de criar outros ministérios laicais para responder a novas necessidades, prin¬cipalmente as sentidas por comunidades que desejam em¬pe¬nhar-se, de verdade, em viver da Palavra de Deus para crescimento na Fé e serviço à sociedade.
Para sermos cada vez mais fiéis aos dinamismos da Vida Nova saídos da Pessoa de Cristo Ressuscitado, precisamos também de cuidar as estruturas de participação na vida das nossas comunida¬des. Precisamos de utilizar melhor aquelas que já temos ou nos são recomendadas e porventura criar outras. O que está em causa é criar todas as condições para que a vida nova de Cristo Ressuscitado se torne vida de cada um dos baptizados; possa marcar o ritmo da vida de cada uma das nossas comunidades cristãs, como de toda a nossa Diocese. E tudo isto para que o mundo creia.

Desejo que esta Noite Pascal seja para todos nós, nossas famílias e amigos, como também para todas as nossas comunidades cristãs vivida na alegria da Vida Nova de Cristo Ressuscitado. E que esta alegria seja cada vez mais visível na nossa vida pessoal e comuni¬tária e assim o mundo possa ter um sinal credível do amor de Deus singularmente revelado na Ressurreição de Cristo, que hoje alegre¬mente cantamos.
Aleluia! Cristo Ressuscitou.
Boas Festas.
+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda

Nos caminhos do Mestre

O Pe. Eugénio da Cunha Sério, bebe de Bento XVI, no Editorial do Jornal "A Guarda" para 47ª Semana das Vocações.

O Valor do Testemunho

“É bom e incentivante encontrar no caminho alguém que nos faça sonhar o existir e delinear adequadas atitudes, mormente quando a juventude ainda faz parte do nosso estatuto”.
Se a existência do homem, no mais íntimo da sua entidade pessoal, nasce sempre de outras vidas, o seu crescimento, de idade em idade, e a sua realização até à plenitude joga-se e projecta-se, frequentemente à sombra de outras vidas feitas modelo e exemplo.
Nem precisaremos de olhar apenas o adolescente que, talvez sem grande consciência ou porventura com redobrada atenção, segue um modelo para ele paradigma, a fim de o reproduzir. Todos, mais ou menos, no decorrer dos tempos, arquitectamos a construção pessoal da nossa linha de conduta, segundo uma figura sedutora, nobre e firme que nos mereceu solicitude e deferência em ordem ao futuro.
É bom e incentivante encontrar no caminho alguém que nos faça sonhar o existir e delinear adequadas atitudes, mormente quando a juventude ainda faz parte do nosso estatuto.
Todos os educadores, sobretudo pais, haveriam de ter esta ideia e preocupação, quando os seus meninos ainda que maiores intentam subir para a adulteza plena.
Também na vida espiritual e no plano de vocações, cuja semana vamos iniciar, os mesmos princípios hão-de estar patentes aos mestres e orientadores. É quanto nos indica Bento XVI na sua exortação para o quadragésimo sétimo Dia Mundial de Orações pelas Vocações precedido, como é, por uma semana de reflexão e prece.
Nem precisaremos de trazer à memória os santos dos séculos XIX e XX formados em Turim cuja influência múltipla e recíproca os guindou às honras dos altares: José Cotollengo, o grande iniciador da assistência social sobretudo dos doentes seguido por José Cafasso que consagrou a vida à formação do clero e orientou o mui conhecido João Bosco, por sua vez, director de José Alamano, sobrinho de Cotollengo, cuja grande acção eclesial foi o carisma missionário deixado à Consolata.
Podemos ler a história inteira na qual casos como estes são frequentes e mui afamados desde a mais remota antiguidade como o facto dos santos pastores da Capadócia: Basílio, o magno, e seus irmãos Gregório de Nisse e Pedro de Sebaste e ainda o amigo íntimo Gregório de Nazianzo, todos bispos do quarto século.
Na sua mensagem para este ano, o Papa lembra a atitude de S. André pressuroso por transmitir a seu irmão Pedro o encontro havido com Jesus e mais diligente a levá-lo ao Mestre divino. Recorda também o procedimento de Filipe a comunicar a Natanael a boa nova da sua descoberta. Anota ainda o seu pensar, com a meditação destes factos, e escreve: “O mesmo acontece, ainda hoje, na Igreja: Deus serve-Se do testemunho de sacerdotes fiéis à sua missão, para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas para o serviço do seu povo”.
Mesmo que se fale na crise dos sacerdotes e na sua falta, em comparação com tempos já passados, forçoso é recordarmos que o Senhor conduz a Igreja e nela vive ressuscitado, na unidade do Pai a Quem continuamente pede pelos seus. “Eu nunca vos abandonarei, pois estou sempre convosco até à consumação dos séculos”. Aqui está a certeza da esperança, sem deixar para trás as responsabilidades de todos na promoção e no amparo de quantos julgamos chamados à missão de cuidar do rebanho do Senhor.
Como todo o dom perfeito dimana do Pai das luzes, donde irrompem todos os bens, pela força do Espírito Santo, torna-se urgente também cumprir a recomendação de Jesus aos seus: “Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”, uma vez que esta seara é grande e os trabalhadores poucos.
Ainda hoje, apesar da Europa e da América do Norte estarem a definhar nesta empresa das vocações sacerdotais, Deus continua a apoiar a Igreja, como se pode ver no último anuário católico. Aí se regista o aumento considerável do número dos padres, sem contar com os diáconos permanentes a quem se entregam tarefas de ensino, de liturgia e de pastoral, até há pouco, confiadas quase exclusivamente aos sacerdotes.
A Semana das Vocações não diz respeito somente ao problema dos sacerdotes mas alarga-se ainda ao campo das consagrações religiosas quaisquer que sejam os seus empenhos apostólicos. Se “em casa do meu Pai há muito lugar”, o importante será que cada um ocupe o seu posto e se realize consoante os dons próprios e as circunstâncias pessoais.
Nas lides da Igreja assegura-se também o nosso futuro e este há-de preparar-se, no hoje da nossa história, para que os vindouros encontrem mais facilitada a sua vida espiritual e o seu encontro com Deus vivo.
Aqui, uma das nossas importantes tarefas apostólicas, um dever para com a sociedade que formamos, uma acção a irradiar, sobretudo através da alegria e felicidade de sermos cristãos, apóstolos do Reino e sacerdotes do Altíssimo.

Por: Cunha Sério

Visita do Papa ao Santuário é sinal de que Fátima tem uma mensagem para o século XXI

Reitor do Santuário diz que com Deus a humanidade ainda tem esperança

COM BENTO XVI, APÓSTOLOS DE FÁTIMA

A peregrinação do Papa Bento XVI ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no próximo mês de Maio, vem reavivar a re­alidade de uma mensagem de alcance universal. As peregrina­ções anteriores de Paulo VI e João Paulo II, juntamente com as de muitos cardeais e bispos da Igreja Católica, já demonstraram de forma implícita, em alguns casos, e de forma explícita, nou­tros, que Fátima tem algo a dizer à Igreja e ao mundo. As multi­dões de milhões de pessoas que anualmente peregrinam em di­recção à Capelinha das Aparições fizeram deste lugar ignorado, um dos mais conhecidos, não em função do próprio lugar, mas em função da mensagem que dele se difunde.

Chegou a pensar-se que a mensagem de Fátima tinha uma re­lação directa com alguns acontecimentos e circunscrita ao século XX. De facto, as leituras feitas estabeleceram uma ligação muito próxima com um conjunto de acontecimentos históricos datados. Recorda-se a questão da revolução russa e o crescer dos regimes materialistas e ateus que proliferaram no leste europeu; as duas guerras mundiais e o problema da paz na Europa e no Mundo; a eleição de um Papa polaco, quando se vivia ainda um tempo de se­paração entre os dois mundos europeus; a queda do muro de Ber­lim e o fim dos blocos, de forma rápida, quase inesperada.

Falou-se depois longamente do século do martírio e das per­seguições aos cristãos e a outros crentes, nomeadamente os ju­deus, sobretudo a partir da terceira parte do segredo de Fátima e em estreita conexão com os acontecimentos dramáticos da vida de João Paulo II. A multidão de homens e mulheres que so­bem a montanha escabrosa, no meio de sofrimentos, sangue e morte, acompanhada pelo Bispo vestido de branco, é uma boa imagem da realidade que se viveu no século dos mártires por motivos religiosos.

A partir da mensagem de Fátima, a Igreja e o Mundo en­contraram fortes motivos de esperança: trabalhou-se pela paz; manteve-se viva a fé cristã; o nome de Deus não foi de­finitivamente aniquilado; a guerra nuclear não teve as propor­ções que se temiam; os blocos políticos e opostos desfize­ram-se; os regimes materialistas e ateus caíram; o martírio dos crentes não fez perder a força da fé.

A mensagem de Fátima começa a revelar a sua actuali­dade e a sua universalidade, mesmo para o século XXI. As multidões continuam a afluir de todas as partes do mundo, de tal modo que no ano de 2009 passaram por Fátima peregri­nos de 144 países. São milhares os lugares de culto, escolas, ruas, instituições que adoptaram este nome por o considera­rem altamente significativo para a actualidade. São inúmeros os grupos de pessoas que, nos cinco Continentes, se reúnem em sintonia com as palavras de Nossa Senhora aos três Pas­torinhos e delas fazem as razões da sua confiança.

Fátima continua a ser sinal de esperança para o séc. XXI e vai ajudar a humanidade a repensar o lugar de Deus no mundo presente e futuro. Após os tempos da rejeição de Deus como concorrente do ser humano, com tudo aquilo que significou de perda de sentido da vida e dos valores que nos orientam, chega a altura de voltarmos a interrogar-nos sobre as questões funda­mentais, sendo a primeira e mais importante, a de Deus.

A palavra de Nossa Senhora aos Pastorinhos tem ainda campo aberto para a sua realização: “o meu Imaculado Cora­ção será o caminho que te conduzirá até Deus”. A mensagem de Fátima proclamará a centralidade de Deus e a esperança de salvação que animará o nosso tempo e o nosso século. Será dessa forma um pólo de graça e de misericórdia a auxi­liar a Igreja no anúncio da Verdade e na realização da sua mis­são. Esta é uma mensagem para todos os tempos, mas parti­cularmente para o que vivemos.

A peregrinação do Papa Bento XVI é o sinal maior de que Fá­tima tem uma mensagem para o séc. XXI e de que, com Deus presente, a esperança da humanidade é possível.

Enquanto rezamos pelo bom êxito da visita do Papa ao Santuário de Fátima, apresentamos a todos os devotos de Nossa Senhora os melhores votos de uma santa peregrina­ção, na comunhão com o Santo Padre Bento XVI.

P. Virgílio Antunes